segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA (1817)


             REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA (1817) 

      A trasladação da Corte portuguesa para o Brasil, no ano de 1808, com seus gastos excessivos e novos impostos, assim como a rivalidade entre as classes militares e civis compostas de portugueses e brasileiros, no Recife, foram a causa principal da revolução de 1817. Governava ali o desembargador Caetano Pinto de Miranda Montenegro.


      A situação no Nordeste era tensa, devido à crise do açúcar e à seca, que criaram um clima de insatisfação popular, bastante propício à conjuração.
      O objetivo do movimento era a instauração de um governo republicano, livre de Portugal e a elaboração de uma "Constituição brasileira feita por brasileiros". Lideraram a conspiração os capitães Domingos Teotônio Jorge, o padre João Ribeiro Pessoa Montenegro, Domingos José Martins, José Luís de Mendonça e o coronel Manuel Correia de Araújo.
      A insurreição, que não obedeceu o plano determinado, foi provocada por um incidente no qual foi espancado um português por um soldado do regimento dos "Henriques". Chefiou-a um comerciante brasileiro, Domingos José Martins, educado na Inglaterra, de idéias ultraliberais.
      Logo, a residência de Domingos Martins no Recife se converteu num centro de propaganda exaltada. Militavam nas fileiras muitos oficiais lusos ao lado dos brasileiros, o que mais acirrava os ânimos. A cada dia a situação se tornava mais tensa, até que as coisas chegaram ao ponto máximo.
      A 5 de março de 1817, o governador Miranda Montenegro convocou os oficiais portugueses de patente superior e ficou resolvido que, no dia seguinte, seria efetuada a prisão de alguns dos militares e civis mais comprometidos, em número de sete, os quais seriam processados.
      A tropa, sob o comando de um brigadeiro procurou prender os líderes do movimento. O capitão José de Barros Lima, mais conhecido por "Leão Coroado", ao receber a ordem de prisão, matou o brigadeiro.
Os demais oficiais da tropa aderiram então ao movimento, o quartel amotinou-se e os rebeldes saíram às ruas, libertando os civis presos.
      O governador, ao saber dos acontecimentos, refugiou-se na fortaleza de Brun, no Recife, e capitulou no dia sete, partindo para o Rio de Janeiro.
      Os rebeldes, tomando a cidade, organizaram um governo provisório, com base na representação de classes: militares, o clero e agricultores.
      O novo governo mudou a bandeira do estado, proclamou uma lei orgânica e garantiu os direitos individuais, liberdade de imprensa e de opinião.
      Além disso, foram enviados emissários para os Estados Unidos, Inglaterra e outros países para tentar o reconhecimento da nova República. Emissários foram ainda enviados aos estados vizinhos - Bahia, Alagoas, Rio Grande do Norte, Ceará e Paraíba, onde os rebeldes já contavam com adesões.
      Na Bahia, os rebeldes encontraram forte reação; no Rio Grande do Norte, o líder da rebelião, André de Albuquerque Maranhão, foi morto. No Ceará, o chefe dos rebeldes subdiácono José Martiniano de Alencar, foi preso.
       Na Paraíba, a revolução triunfou e os paraibanos mandaram tropas para auxiliar os rebeldes do Rio Grande do Norte e do Ceará. Mas, em 20 de maio de 1817 o movimento foi sufocado pelas tropas legalistas enviadas da Bahia e do Rio de Janeiro.
      A repressão foi severa, as penas de prisão atingiram todos os implicados e os líderes principais foram executados. Aos restantes conjurados, o rei, em sinal de magnanimidade, concedeu anistia no dia de sua coroação, 6 de fevereiro de 1818.

Resumo em Vídeo
http://www.youtube.com/watch?v=C49aeCZm6HQ

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