Em meados do século XVI, quando o nome Brasil
começou a prevalecer sobre o de Terra de Santa Cruz, o cronista João de Barros
considerou essa “mudança inspirada pelo demônio, pois a vil madeira que tinge o
pano de vermelho não vale o sangue vertido para a nossa salvação”. A
familiaridade, da época, com demônios e santos permitiu projetar o bem e o mal
na direção certa. Para expulsar demônios e trazer santos padroeiros, os
jesuítas vieram de Portugal ao
Brasil.
Os inacianos não foram os primeiros
missionários na Terra de Santa Cruz.“Os primeiros religiosos que vieram ao Brasil foram da
ordem de São Francisco, os quais aportaram em Porto Seguro não
muito depois da povoação daquela capitania, e fizeram sua habitação com zelo da
conversão do gentio”, escreve Anchieta numa crônica de 1584. Os mendicantes já trouxeram a experiência missionária de
250 anos da Europa e Ásia; para os jesuítas, que chegaram ao Brasil, não só o
país, também a missão com tal era terra incógnita. Mesmo assim, deixaram sinais
indeléveis de sua presença no continente e no país. Com velocidade e zelo procuraram
recuperar seu atraso. Em dez anos, desde o reconhecimento papal da Companhia,
em 1540, se fizeram presentes no sul da Índia, em 1542; no Congo, desde 1547,
no Japão, em 1549, e no Brasil, a partir de1549.